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quinta-feira, julho 03, 2008

ART BRUT - Dubuffet e Osmar Santos.

Osmar Santos - ast - 2008



Depois da Segunda Guerra Mundial, alguns artistas, adeptos de uma pintura improvisada, sentem a necessidade de realizar profundos questionamentos. Sua arte, dita "informal", nada deve ao passado e não sofre qualquer influência. Jean Dubuffet faz parte desses pintores cujo objetivo é escapar à tradição e explorar territórios desconhecidos, a fim de reencontrar a "espontaneidade ancestral da mão humana quando esta traça sinais".









Dubuffet deseja atrair a atenção do público para o mundo cotidiano. Categoricamente contra a arte "cultivada", a que se aprende nas escolas ou nos museus, ele ataca a sociedade burguesa de consumo e quer demonstrar que aquilo que o homem considera como feio pode esconder maravilhas infinitas. Segundo ele, a arte é feita apenas de embriaguez e loucura.









Dubuffet joga com a inabilidade, o rabisco, a matéria bruta, e redescobre assim a origem da arte. A figura humana, de contornos elementares, reduz-se à de um pobre abandonado (Dhotel Nuancé d'Abricot, 1947; Métafysix, 1950). A série de retratos Mais belos do que pensam, apresentada em 1947, seguida de Corpos de Mulheres, em 1951, provocam uma violenta reação do público.









Em 1948, com o escritor surrealista André Breton e o pintor espanhol Antoni Tapiés, Dubuffet funda a Companhia da Arte Bruta, que reúne as obras de marginais. É um escândalo pretender abrir o mundo da arte às crianças e aos excluídos da sociedade... "Todo mundo é pintor. Pintar é como falar ou caminhar. É tão natural ao ser humano rabiscar, sobre qualquer superfície ao alcance da mão, borrar algumas imagens, quanto é falar", acreditava Dubuffet.




Mas a realidade,sempre refundamenta em atos,qualquer possibilidade lógica de vaga observação.









A Arte de Osmar Santos,é isto.São às flôres com tonalidades fortes,às flores vivas por rebeldias,os arranjos florais que suspiram muito além da própria imagem estilizada na tela,seus vasos multicoloridos ou esparramadas por cima das superficies lisas ou onduladas...









A vida é o milagre das transformações e das superações impossivéis de serem imaginadas....









Particularmente eu,sou um eterno apixonado pelas flores de OSMAR SANTOS.... mas outras criações deste artista,apresentam singulares qualidades.A temática e a harmonia de cada bem criado,reflete muito a atmosfera lúdica de cada um,frente ao que é observado. Apesar da simplicidade de seus temas, de suas composições simples e óbvias extraídas da vida cotidiana do ser humano, Osmar Santos, não há nenhuma comunicação entre o artista-pintor e o público,não existe nenhuma comunicação entre o objeto a ser retratado em um de seus novos trabalhos com atmosfera própria do atelier do artista-pintor.




Na verdade Osmar Santos e a Vida,sobrevivem em escalas gravitacionais diferentes.




Parece sim que os elementos à serem retratados,já existem de forma forte no Universo Interno do Artista.As Côres, as emoções, às palavras perdidas ou se quer ditas,e inexistentes,tudo é ,bem antes de agora,ser.O universo único é, como se fosse à maior parte esfumaçada de várias lembranças que permanecem por teimosias,vivas e em um eterno movimento,como se a dança das cadeiras,nunca mais chegasse ao fim,um movimento fortemente vivo e não estacionado em lugar algum.




A vida,às relações,às pessoas,às côres,os gritos,continuam ser enfim,como as tantas partidas de futebol,que Osmar Santos narrou....não existe na verdade favoritos,não existe na verdade ganhadores,não existe jogos certos e corretos enfim...tudo por fidelidade a um Eterno Movimento já se encontra escarnecidamente marcado à fogo,na alma de cada um que participa do grande espetáculo.




A vida hoje,fora das quadras e longe dos campos de futebol,continua bem próxima deste Eterno Movimento.O movimento da vida,que não cessa.O movimento das emoçôes simples,fortes,e verdadeiras.O grito que aflora e é colocado para fora,instintivamente,vindo exatamente do fundo da alma do narrador,que assiste, sem censura alguma,sem forma polida,ou pensada.









Assim são as pinceladas fortes,são as côres puras,e os contornos óbvios,nas composições das criações da Arte Bruta de Osmar Santos.









A Vida mais uma vêz,colocada para fora,do fundo da alma do artista-pintor.