Caminhem pela Arte e Cultura.

Profile Graphics, Page Graphics

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

DOM LUÍS FELIPE obra célebre do artista ANTÔNIO RAMALHO.





ANTÔNIO RAMALHO
( 1858 - 1916 )


" Principe D.Luiz Felipe com casaco Ingles"
,de 1891,
óleo sobre tela,
 dimensão de 0,56 por 0,46 cm

Coleção Particular Ricardo Barradas - Brasil.




António Ramalho (1858-1916 )

 Pintor português, nasceu em 1858 no seio de uma família pobre, ainda em criança começou por ser aprendiz de caixeiro no Porto e desenvolveu o gosto pelo desenho. Fugiu para Lisboa para pedir a protecção real nos estudos de Belas-Artes, mas acabou por ser preso. No entanto, devido ao sucesso dos seus desenhos entre as autoridades, foi convidado a trabalhar na polícia... e, deste modo, conseguiu integrar o Curso de Pintura na Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípulo de Tomás da Anunciação e Silva Porto.
Bolseiro em Paris (1882-84), como pensionista do Conde da Praia, foi discípulo de Cabanel e participou no Salon em 1883, 1885-86.
Regressado a Lisboa, integrou o "Grupo do Leão", participando nas suas exposições. Apresentou-se também nos salões da Promotora (medalha de prata, 1887), do Grémio Artístico (medalha de prata, 1892) e da Sociedade Nacional de Belas-Artes (1901-02). No plano internacional, destaca-se a sua participação na Exposicion General de Bellas Artes de Madrid (1881).
A sua obra inscreve-se na temática naturalista do Retrato e da Paisagem, aproximando-se por vezes de propostas mais modernas. Foi também decorador de interiores de edifícios públicos e particulares.




sexta-feira, fevereiro 10, 2017

TORRE DE BABEL



A GTBB - Grande Torre de Babel de Brasília.


Os artistas, autores, críticos, pesquisadores, estudantes e professores de arte e cultura no Brasil do século XXI não percebem que a sociedade brasileira caminha paulatinamente para o abismo social onde os possíveis diálogos convergentes inexistem e a conversa dos objetivos menores pessoais divergentes caminham em passos largos. A sociedade artística e cultural que não exerce a obrigatória cidadania cultural que não se deve confundir com politicagem de partidos, mas sim se exercerem a justa cidadania teremos uma chance, então.Assim como foi em tantos outros lugares e em diferentes épocas e situações.Mas se continuam calados, acovardados, alienados, egocentrados e imobilizados pelos interesse próprio como " Emília, no País do Faz de Conta "....já sei pensaram que eu fosse falar " Alice e o Paraíso das Maravilhas.", sai de mim está mania de TIO SAN, vão pra lá, sou mas Monteiro Lobato, mesmo com seu "pézinho" na América...mas se acovardados em sombra e mormaço ficarem, vão afundar juntos com à péssima dramaturgia política de Brasília e a próxima mega construção das seitas evangélicas pentecostais,
na capital federal, vai ser a :

Gigantesca Torre de Babel de Brasília, a GTBB sem "L" em lugar algum, nada contra mas aqui não terá por enquanto. A exemplo do mito bíblico, o local onde cada um falava sua língua, aos brados, gritando mas ninguém nunca se entendia verdadeiramente. Sendo assim, nada tão moderno, tão realista e tão apropriado perante o atual clima, momento e a atual situação que vivemos hoje no Brasil de 2017. Com uma confusa e vacilante liberdade relativa e um verdadeiro desgoverno democratizante às cegas da já balzaquiana lei...




Crônica de
Ricardo V. Barradas.



quarta-feira, fevereiro 08, 2017

Qual Queijo Você Quer? - Curta Dia - Curta-Metragem




HENRIQUE CÉSAR

Henrique César





Ricardo V. Barradas e o Ator Henrique César


Ao querido amigo de tantas jornadas Henrique César todos nossos aplausos
por uma vida dedicada à dramaturgia maior e a dignidade.

RIO -  JANEIRO  -  2017


terça-feira, fevereiro 07, 2017

7 DE FEVEREIRO - Aniversário de Clementina de Jesus.







Clementina de Jesus da Silva


 (Valença, 7 de fevereiro de 1901 — Rio de Janeiro, 19 de julho de 1987)




Clementina de Jesus, cantora, nasceu na cidade de Valença no estado do Rio, mudando-se com a família para a capital do estado e radicando-se no bairro de Oswaldo Cruz. Lá acompanhou de perto o surgimento e desenvolvimento da escola de samba Portela, freqüentando desde cedo as rodas de samba da região.

As cercanias do Município de Valença traz até hoje uma herança cultural negra muito forte, ora pelas muito antigas fazendas engenhos da cana de açúcar ora posteriormente pelas fazendas do Vale do Parahyba, dos abastados Barões do Café.

Particularmente entre minhas pesquisas de campo sobre as matrizes da cultura negra, foi nos arredores da cidade de Valença onde me deparei com os negros mais tintos, ou seja como menos miscigenação étnica. Não que isto, em tese tenha haver com a melhor ou menor qualidade da matriz a ser estudada. 

Vale lembra que foi nesta região das planícies fluminense, mais precisamente em Vassouras que no século XIX, na província do Rio de Janeiro que aconteceu a grande rebelião de escravos no Quilombo de Vassouras, mas a revolta foi prontamente interrompida pelas forças imperiais.

Por mais que a maioria da educação brasileira coloque o Quilombo dos Palmares, como um dos ícones mais importantes da resistência negra contra o trabalho escravo negro, esta conotação é errônea, até por que o negro africano recém chegado as terras brasileiras não tinha o menor conhecimento da nossa flora, nossa vegetação alimentícia e curativa, de nossa fauna, e muitos deles
" recém cativos fugidos " não conheciam a região e a direção que melhor seria para evitar a recuperação pela caça dos temidos Capitães do Mato.Sendo assim o que o Brasil ainda não contou de forma clara é que o Quilombo dos Palmares, foi sim um dos maiores e mais importantes locais de resistência contra o trabalho escravo: índio e negro, sem a união e a comunicação entre estes dois seguimentos grande parte da história não seria possível. Uma das maiores evidências que sempre reforçou esta minha tese desde os anos da década de 1970 , é fartamente encontrada na culinária das
ofertas e obrigações religiosas das várias correntes, nações e casas do Candomblé. 

O ano de nascimento de Clementina de Jesus é 1901, dentro do que se deve estimar ou atribuir. digo isto por que minha avó materna Leilah Lima Vianna nasceu em 1905 , em Campos dos Goytacazes e falecera no Rio de Janeiro em 2007, e por um histórico familiar do norte fluminense sabemos que era o "local luz" onde o ciclo da cana de açúcar estava fervendo, vivia os anos dourados de seu apogeu em terras fluminenses, tanto que foi a cidade de Campos dos Goytacazes ser a primeira cidade do Brasil e da América Latina a ter energia elétrica, em 1883. E mesmo assim, o registro dos filhos pequenos, por conta de um alto índice de mortalidade infantil, principalmente em área rurais , eles os registros que não eram gratuitos eram postergados até aos 6 a 8 anos, quando a família tivesse mais certeza que a vida da criança "vingou" - em outras palavras, ia continuar. Sendo assim, o ano de registro de minha avó era 1905 mas ela lembrava que já não mamava a muito tempo quando foi registrada.

Clementina de Jesus era devota de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, de forma específica a Ordem da Gloria do Outeiro tem toda uma ligação com a Casa Imperial
Brasileira, pois depois da antiga Catedral ao lado do Paço Imperial foi no outeiros as
principais celebrações oficiais dos nobres no período imperial. Existe também passagens
que indicam a antiga ordem do outeiro como um reduto de encontros de abolicionistas.

Em Campos dos Goytacazes, temos até hoje a Igreja da Irmandade de São Benedito, que é uma das mais antigas irmandades do Brasil e sei que lá desde o
século XIX teria uma Ordem de São Benedito em comunicação direta com a original  " Ordem de São Benedito dos Homens Pretos " e a Irmandade Nossa Senhora do Rosário, na cidade do RJ, que sabemos que ambas irmandades foram fundadas por devotos de São Benedito, abolicionistas, homens negros livres e escravos.

Estas questões eclesiásticas católicas do período escravagista ainda são um pouco nebulosas, até por que a Doutrina Cristã da época não admitiam que os negros escravos tinham alma, e que obras realizadas por tração animal negra escrava eram obras impuras e por tanto imperfeitas, não merecendo o jubilo eclesiástico. Mas prefiro não entrar nestas questões, até por que não existem trabalhos acadêmicos sobre este período escravocrata brasileiro sem a romantização maquiada pelo embranquecimento da cultura imposta pelo Estado Novo e os Anos de Chumbo.

Mas voltando a Valença, no RJ, terra natal de Clementina de Jesus, foi um pouquinho a seguir, no Município de Rio das Flores que tive a alegria de fazer parte do projeto de fundação do primeiro videoclube no Brasil a homenagear o primeiro cineasta negro brasileiro a ter reconhecimento nacional. Waldir Onofre foi o primeiro cineasta negro a ser reconhecido no país como diretor e roteirista. Seu longa metragem " As Aventuras Amorosas de um Padeiro", 1975, produzido por Nelson Pereira dos Santos e inteiramente rodado em Campo Grande com grande elenco, fez enorme sucesso de público quando lançado.

Tanto em Valença, em Campos dos Goytacazes no RJ, em Salvador na BA, em Belo Horizonte e em Ouro Preto em MG, o que poucos sabem e que deveriam já saber que 
na verdadeira história do Brasil , a instituição que mais promoveu a defesa, a proteção,
a compra de alforrias, e participou de todas as principais lutas em favor da Abolição dos Escravos, no Brasil e no mundo inteiro, foi a Maçonaria.

Infelizmente o estudo acadêmico da história no país ainda é repleto de posições e posturas supersticiosas e religiosas, sem contar na pouca compreensão sistemática do que esta e outras fraternidades na verdade foi e é até os dias de hoje.

Mas seria de estranhar se uma fraternidade como a maçonaria que tenha tido um importante papel na Revolução Francesa, estivesse aqui no Brasil com irmãos maçons tais como : José Bonifácio, Eusébio de Queirós, Lopes Trovão, Ruy Barbosa, Visconde de Jequitinhonha, Joaquim Nabuco, Castro Alves, Carlos Gomes, entre tantos outros fossem estar aqui e alheios a verdadeira história da Independência do Brasil,da Abolição dos Escravos e da Proclamação da República. 

Ainda há muito por dizer...da mesma forma que ainda tem muito para cantar como Clementina de Jesus cantava, a musica das senzalas e o canto do trabalho nas plantações rurais...a verdadeira MPB que o Brasil com sorte um dia vai aprender como é de verdade lá fora por que por aqui está cada vez mais difícil de aprender, pois a maioria dos nossos mestres de cultura populares estão partindo e muitas das nossas raízes culturais estão indo nas mesmas viagens...


Ricardo V. Barradas.