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quinta-feira, março 05, 2009
Multiculturalismos
Multiculturalismos (ou pluralismo cultural) é um termo que descreve a existência de muitas culturas numa localidade,cidade ou país.
Os multiculturalismos implica em reivindicações e conquistas das chamadas minorias
(negros, índios, mulheres, homossexuais,deficientes,crianças vitimas da violência, entre outras).
A doutrina multiculturalista da ênfase a idéia de que as culturas minoritárias são discriminadas, sendo vistas como movimentos particulares, mas elas devem merecer reconhecimento público. Para se consolidarem, essas culturas singulares devem ser amparadas e protegidas pela lei.
O multiculturalismo opõe-se ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo (visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais importante que as demais).
A política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural, principalmente quando esta homogeneidade é considerada única e legítima, submetendo outras culturas a particularismos e dependência. Sociedades pluriculturais coexistiram em todas as épocas, e hoje, estima-se que apenas 10 a 15% dos países sejam etnicamente homogêneos.
Atualmente, a questão multicultural preocupa muitas sociedades pelo mundo. O debate multicultural é intenso na América e também na Europa. No entanto, na América Latina a questão multicultural tem uma especificidade.
Nosso continente é um continente construído com uma base multiculturalistas muito forte, onde as relações inter-étnicas têm sido uma constante através de toda sua história trágica principalmente no que diz respeito aos indígenas e aos afro-descendentes.
A nossa história está marcada pela eliminação do “outro” ou por sua escravização, que também é uma forma de negação de sua altoridade.
Esses outros que são “eus” na construção da identidade latino-americana. Neste sentido, o debate multicultural na América Latina nos coloca diante dessa questão, desses sujeitos, sujeitos históricos que foram massacrados mas que souberam resistir e hoje continuam afirmando suas identidades fortemente nas nossas sociedades, mas numa situação de relações de poder assimétricas, de subordinação e exclusão ainda muito acentuadas.
É importante assinalar como fato de especial importância neste momento histórico que a UNESCO em uma de suas Conferências Gerais, realizada em Paris,evidencia o termo.
Mas também pode ser vista como fator de enriquecimento e abertura de novas e diversas possibilidades, como confirmam o sociólogo Michel Wieviorka e o historiador Serge Gruzinski, ao demonstrarem que o hibridismo e a maleabilidade das culturas são fatores positivos de inovação.
Charles Taylor, autor de Multiculturalismo, Diferença e Democracia acredita que toda a política identitária não deveria ultrapassar a liberdade individual. Indivíduos, no seu entender, são únicos e não poderiam ser categorizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAUÍ, M. Cidadania Cultural, Novamerica, n.82, junho, 1999
GUIMARÃES, A . S. A . Racismo e Anti-racismo no Brasil S. Paulo, Edit. 34, 1999
MARCOS (sub-comandante) La Marcha del color de la tierra. (comunicados, cartas y mensajes del Ejército Zapatista de la Liberación Nacional del 2000 al 2 de abril del 2001) México, rizoma, 2001
ONU / UNESCO Declaración de México sobre Educación en Derechos Humanos en América Latina y el Caribe, Ciudad de México, diciembre 2001
UNESCO Universal Declaration on Cultural Diversity Paris, 2 de novembro de 2001.